segunda-feira, 13 de agosto de 2018




A ESCOLHA DE UM PARCEIRO(A)


Texto: Humberto Leal

Pesquisando sobre como as pessoas escolhem seus parceiros(as) para dividir uma vida em comum, percebi que em outras sociedades, como na Austrália, África ou Ásia, há uma grande variedade, dependendo de fatores culturais, de regras sociais que regem a seleção de um parceiro para o casamento.

Existe uma variação muito grande de como essa seleção de parceiros é feita, pois vai desde uma decisão individual até uma decisão coletiva por parte de parentes ou autoridades, dependendo das regras estabelecidas que regulam tais escolhas.

Na nossa sociedade atual, pode parecer um tanto estranho, ou antigo, que essas formas de escolhas sejam feitas por outras pessoas que não por nós mesmos, mas em muitas sociedades a escolha do parceiro é limitada às pessoas de grupos sociais específicos. Em algumas sociedades, a regra é que um parceiro seja selecionado do próprio grupo de um indivíduo social (endogamia). Este é o caso de muitas sociedades baseadas em classes e castas. No entanto, em outras sociedades, um parceiro deve ser escolhido de um grupo diferente do que o dele (exogamia). Este é o caso de muitas sociedades que praticam religiões totêmicas, na qual a sociedade é dividida em vários clãs exogâmicos, como a maioria das sociedades aborígenes australianas. Em outras, uma pessoa deve se casar com seu primo, uma mulher deve se casar com o filho da irmã de seu pai e um homem deve se casar com a filha do irmão de sua mãe este é normalmente o caso de uma sociedade que tem uma regra de rastreamento de parentesco exclusivamente por meio de grupos de descendência patrilinear ou matrilinear, como entre o povo Akan, da África. Outro tipo de seleção de casamento é o levirato, em que as viúvas são obrigadas a casar com o irmão do seu marido. Este tipo de casamento é encontrado principalmente nas sociedades em que o parentesco é baseado em grupos de clãs endogâmicos.

Em outras culturas com regras menos rígidas que regem os grupos dos quais um parceiro pode ser escolhido, a seleção para um casamento pode exigir um processo em que o casal deve passar por uma corte, ou o casamento pode ser arranjado pelos pais do casal ou por uma pessoa de fora, um(a) casamenteiro(a).

Na Índia, o casamento infantil, em aldeias rurais, ainda é praticado com os pais, às vezes, arranjando o casamento, por vezes antes mesmo de a criança nascer, embora esta prática tenha passado a ser considera ilegal depois da promulgação da Lei de Restrição do Casamento Infantil, de 1929.

Em algumas sociedades, desde a Ásia Central até o Cáucaso e a África, ainda existe o costume de sequestro da noiva, em que uma mulher é capturada por um homem e seus amigos. Às vezes, isso inclui uma fuga, mas outras depende de violência sexual.

Em épocas anteriores, o rapto era uma versão em grande escala do sequestro da noiva, com grupos de mulheres sendo capturadas por grupos de homens, às vezes na guerra. O exemplo mais famoso é o Rapto das Sabinas, que forneceu as primeiras esposas aos cidadãos de Roma e que ficou perpetuado em uma das mais belas esculturas, em um único bloco de mármore, obra-prima de Giambologna, que data de 1582 e encontra-se em Firenze, na Itália (Foto).

Fonte de Pesquisa:

Foto: 
Humberto Leal (Acervo Pessoal / Firenze Ago 2011)