A ESCOLHA DE UM PARCEIRO(A)
Texto: Humberto Leal
Pesquisando sobre como as pessoas
escolhem seus parceiros(as) para dividir uma vida em comum, percebi que em
outras sociedades, como na Austrália, África ou Ásia, há uma grande variedade,
dependendo de fatores culturais, de regras sociais que regem a seleção de um
parceiro para o casamento.
Existe uma variação muito grande de
como essa seleção de parceiros é feita, pois vai desde uma decisão individual até
uma decisão coletiva por parte de parentes ou autoridades, dependendo das
regras estabelecidas que regulam tais escolhas.
Na nossa sociedade atual, pode
parecer um tanto estranho, ou antigo, que essas formas de escolhas sejam feitas
por outras pessoas que não por nós mesmos, mas em muitas sociedades a escolha
do parceiro é limitada às pessoas de grupos sociais específicos. Em algumas
sociedades, a regra é que um parceiro seja selecionado do próprio grupo de um
indivíduo social (endogamia). Este é o caso de muitas sociedades baseadas em classes e castas. No
entanto, em outras sociedades, um parceiro deve ser escolhido de um grupo
diferente do que o dele (exogamia). Este é o caso de muitas sociedades que praticam religiões totêmicas, na qual a sociedade é dividida em vários clãs exogâmicos, como a maioria
das sociedades aborígenes australianas. Em outras, uma pessoa deve se casar com seu primo, uma mulher deve se
casar com o filho da irmã de seu pai e um homem deve se casar com a filha do
irmão de sua mãe este é normalmente o caso de uma sociedade que tem uma regra
de rastreamento de parentesco exclusivamente por meio de grupos de descendência
patrilinear ou matrilinear, como entre o povo Akan, da África. Outro tipo de seleção de casamento é o levirato, em que as viúvas são obrigadas a casar com o irmão do seu marido. Este
tipo de casamento é encontrado principalmente nas sociedades em que o
parentesco é baseado em grupos de clãs endogâmicos.
Em outras culturas com regras menos
rígidas que regem os grupos dos quais um parceiro pode ser escolhido, a seleção
para um casamento pode exigir um processo em que o casal deve passar por uma corte, ou o casamento pode ser arranjado pelos pais do
casal ou por uma pessoa de fora, um(a) casamenteiro(a).
Na Índia, o casamento infantil, em aldeias rurais, ainda é praticado com os pais, às vezes, arranjando o casamento, por vezes
antes mesmo de a criança nascer, embora esta prática tenha passado a ser
considera ilegal depois da promulgação da Lei de Restrição do Casamento
Infantil, de 1929.
Em algumas sociedades, desde a Ásia Central até o Cáucaso e a África, ainda existe o costume de sequestro da noiva, em que uma mulher é capturada por um homem e seus amigos. Às vezes, isso
inclui uma fuga, mas outras depende de violência sexual.
Em épocas anteriores, o rapto era uma versão em grande escala do sequestro da noiva, com grupos de
mulheres sendo capturadas por grupos de homens, às vezes na guerra. O exemplo
mais famoso é o Rapto das
Sabinas, que forneceu as primeiras esposas aos cidadãos de Roma
e que ficou perpetuado em uma das mais belas esculturas, em um único bloco de mármore,
obra-prima de Giambologna, que data de 1582 e encontra-se em Firenze, na
Itália (Foto).
Fonte de Pesquisa:
Foto:
Humberto Leal (Acervo Pessoal / Firenze Ago 2011)