quinta-feira, 6 de março de 2014



VESTIDO DE NOIVA

Texto: Humberto Leal

O vestido de noiva, diferente de outro traje social de luxo preparado para ocasiões especiais, tem um significado relevante para a nossa cultura ocidental. Muito mais que uma simples veste nupcial, o vestido de noiva, resgata traços da cultura, da religiosidade e da história da humanidade. Seus tecidos, volumes e complemento, simbolizam a magia que envolve a união dos cônjuges e demonstram a profundidade do conceito de amor para algumas culturas.

As primeiras informações que nos chegam sobre cerimônias matrimoniais são as bíblicas, onde os cônjuges, para serem expostos publicamente em cerimônia religiosa, eram preparados por suas famílias com banhos especiais, com uso óleos aromáticos.

Nos relatos bíblicos, as famílias abastadas, após as bênçãos havia um festejo público. O mais significativo destes relatos é conhecido como “As Bodas de Canaã”, descrito no Evangelho.

Entre os romanos a celebração de casamento era diferenciada das outras cerimônias civis através dos trajes, que eram preparados, unicamente, para a ocasião, quando a noiva vestia uma túnica branca e se envolvia com um véu de linho muito fino de cor púrpura.

Com a queda do Império Romano, a cultura ocidental passou a ter como referência o padrão de elegância proposto pela corte bizantina, onde as noivas se casavam vestidas de seda vermelha bordada em ouro e traziam no cabelo elaboradas tranças envolvidas com fios dourados, pedras preciosas e flores.

Durante a Idade Média, a cristianização do ocidente trouxe novos costumes, especialmente para as celebrações matrimoniais. A coroação de Carlos Magno, no ano 800 dC tornou o casamento um sacramento religioso, com forte apelo social e simbólico, que perdura até os dias atuais.

Os cônjuges passaram a se unir através de uma cerimônia religiosa que sacramentava, também, a união de duas famílias e de seus patrimônios. Desta forma o casamento passou a ter a função de garantir as fronteiras dos novos reinos e de reconstruir os territórios destruídos pela longa invasão bárbara, à qual a Europa estivera submetida desde a queda do Império Romano.

O vestido de noiva surge, então, neste período com a função específica de apresentar para a comunidade as posses da família da nubente, tendo como simbologia: o poder e como função: a integração social.

A noiva era apresentada com um vestido vermelho ricamente bordado e sobre a cabeça um véu branco bordado com fios dourados. O vermelho representava a capacidade da noiva de gerar sangue novo e continuar a estirpe. O véu branco representava a pureza e a castidade.

A noiva, além dos dotes patrimoniais, levava tecidos para vestir a família e jóias, que poderiam ser vendidas para custear o cultivo da terra. Geralmente os noivos casavam-se muito jovens, com quatorze anos de idade.
  
Fonte de Pesquisa:
O Processo Civilizador, Uma História dos Costumes (vol. I), Norbert Elias
www.fashionbubbles.com / www.noivasmodernas.com.br / www.casamentocivil.com.br

Crédito da Imagem: Julio Trindade

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