VESTIDO DE NOIVA
Texto:
Humberto Leal
O vestido de noiva, diferente de
outro traje social de luxo preparado para ocasiões especiais, tem um
significado relevante para a nossa cultura ocidental. Muito mais que uma simples
veste nupcial, o vestido
de noiva, resgata traços da cultura, da religiosidade e da
história da humanidade. Seus tecidos, volumes e complemento, simbolizam a magia
que envolve a união dos cônjuges e demonstram a profundidade do conceito de amor
para algumas culturas.
As primeiras informações que nos
chegam sobre cerimônias matrimoniais são as bíblicas, onde os cônjuges, para
serem expostos publicamente em cerimônia religiosa, eram preparados por suas
famílias com banhos especiais, com uso óleos aromáticos.
Nos relatos bíblicos, as famílias
abastadas, após as bênçãos havia um festejo público. O mais significativo
destes relatos é conhecido como “As Bodas de Canaã”, descrito no Evangelho.
Entre os romanos a celebração de
casamento era diferenciada das outras cerimônias civis através dos trajes, que
eram preparados, unicamente, para a ocasião, quando a noiva vestia uma túnica
branca e se envolvia com um véu de linho muito fino de cor púrpura.
Com a queda do Império Romano, a
cultura ocidental passou a ter como referência o padrão de elegância proposto
pela corte bizantina, onde as noivas se casavam vestidas de seda vermelha
bordada em ouro e traziam no cabelo elaboradas tranças envolvidas com fios
dourados, pedras preciosas e flores.
Durante a Idade Média, a
cristianização do ocidente trouxe novos costumes, especialmente para as
celebrações matrimoniais. A coroação de Carlos Magno, no ano 800 dC tornou o
casamento um sacramento religioso, com forte apelo social e simbólico, que
perdura até os dias atuais.
Os cônjuges passaram a se unir
através de uma cerimônia religiosa que sacramentava, também, a união de duas
famílias e de seus patrimônios. Desta forma o casamento passou a ter a função de
garantir as fronteiras dos novos reinos e de reconstruir os territórios
destruídos pela longa invasão bárbara, à qual a Europa estivera submetida desde
a queda do Império Romano.
O vestido de noiva surge, então, neste
período com a função específica de apresentar para a comunidade as posses da
família da nubente, tendo como simbologia: o poder e como função: a integração
social.
A noiva era apresentada com um vestido vermelho ricamente
bordado e sobre a cabeça um véu branco bordado com fios dourados. O vermelho
representava a capacidade da noiva de gerar sangue novo e continuar a estirpe.
O véu branco representava a pureza e a castidade.
A noiva, além dos dotes patrimoniais,
levava tecidos para vestir a família e jóias, que poderiam ser vendidas para
custear o cultivo da terra. Geralmente os noivos casavam-se muito jovens, com
quatorze anos de idade.
Fonte
de Pesquisa:
O Processo Civilizador, Uma História dos Costumes (vol. I), Norbert Elias
www.fashionbubbles.com / www.noivasmodernas.com.br / www.casamentocivil.com.br
Crédito da Imagem: Julio Trindade
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